A revista Isto é desta semana, mostra como é o mundo das lésbicas, nas baladas e nos eventos de mulheres homossexuais e constata que elas querem um espaço próprio, independente dos homens gays.
A matéria fala de noites para elas em São Paulo, como a Superdyke, festas homossexuais femininas. “Se em lugares públicos namoradas nem sequer podem dar a mão despreocupadamente, lá, casais dão beijos apaixonados. Na pista, garotas dançam bem perto, encaixando os corpos, numa liberdade difícil de imaginar numa festa heterossexual. As atrações da pista são o ponto alto da noite, com shows de gogo dancers e strippers - moças se aglomeram ao redor do palco e gritam, assoviam. No lounge, casais namoram, conversam e dão risada, como se estivessem em bancos de parque, mas sob a proteção das quatro paredes da casa. As lésbicas querem um espaço só delas”.
"Quando se fala em movimento gay, as pessoas nem pensam em mulheres. Então é um jeito de dizer que existimos"
“Em muitas coisas, as mulheres homossexuais querem ser iguais aos homens gays: nos direitos civis e na aceitação social conquistados, por exemplo. Em outras, querem que suas diferenças sejam respeitadas e valorizadas. O que se constata quando se mergulha no mundo das lésbicas é que elas não querem abrir mão de um espaço próprio. Ou seja, não querem ficar a reboque dos homossexuais masculinos. Para dar conta dessa necessidade, está surgindo um movimento silencioso, com eventos, produtos e serviços voltados para esse público. As baladas que se multiplicam são um exemplo. Mas o fermento dessa iniciativa é a internet. A escritora Karina Dias, 30 anos, começou com um blog e acaba de lançar o romance lésbico "Aquele Dia Junto ao Mar". "Quando se fala em movimento gay, as pessoas nem pensam em mulheres. Então é um jeito de dizer que existimos", afirma Karina, que recebe dezenas de emails por dia de garotas que não sabem como lidar com a descoberta da sexualidade. "Eles vêm carregados de dúvidas e medos. Isso é um grande impulso para continuar escrevendo."
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ISTOÉ